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domingo, 31 de janeiro de 2010

Capítulo XXVII ♥ ♠ Do Lado de Dentro ♣ ♦


Emily espiou através da extensão do jardim, e seguindo com olhar, acabou por ver uma belíssima fonte de mármore em frente á porta da mansão.
- Natalie, vamos... Ali na fonte você apaga a ponta do charuto, mas com muito cuidado, porque quanto você menos molhar, melhor para nós – disse, apoiada ao ombro de Bill.
Os jovens começaram a andar. Amy passou a lanterna para Bill, que lhe servia de suporte enquanto ela guiava, os outros dois iam logo atrás, seguindo a luz.
A relva de estranhos arbustos, em contraparte ás duas luas vermelhas, formava medonhos desenhos de mãos no chão de pedras no qual caminhavam.
Natalie olhava as sombras com olhos assustados, e ás vezes soltava um gemido estranho, sentindo como se as mãos estivessem esticando e retorcendo para agarrá-la.
Apesar de estarem andando na direção da fonte, parecia que a mesma estava cada vez mais e mais distante. Emily já começava a sentir uma fria agonia na ponta de seu estômago no desespero de alcançar o ornamento de mármore.
Distante...
Começaram a apressar o passo. Natalie olhava para trás e via as mãos que vinham em sua direção e seu desespero aumentava gradativamente, até que ela não se conteve e soltou um grito de pavor.
Naquele momento começaram a correr. A fonte começou a se aproximar, e logo estavam de cara com ela.
- O que foi aquilo? – David indagou com a voz assustada.
- Esse lugar me dá nos nervos! – Amy observou, em meio a um gemido de dor.
- Você está bem? – Bill questionou, recebendo um aceno positivo com a cabeça da garota.
Lenta e cuidadosamente Natalie apagou o charuto encostando levemente sua ponta na água da fonte.
- Pronto, agora podemos entrar! – disse.
Ela colocou o fumo apagado em um largo bolso que havia na calça de David. Após fazer isso, seguiram até a grande porta feita de madeira. Emily estendeu sua mão até a dourada e enfeitada maçaneta e a girou lentamente, para que não fizesse barulho ao abrir, mas isso foi inevitável.
Após um metálico som de destrave, Amy empurrou a madeira vagarosamente, o que fez com que a porta se abrisse em um fino grunhido. Estava tudo escuro lá dentro, o que fez com que Bill apontasse a lanterna para o interior da mansão da Duquesa.
Havia pedaços de vidro por toda extensão do assoalho bege. Estava tudo bagunçado. Os sofás de cor marrom estavam todos rasgados, as cadeiras jogadas, flores murchas pelo chão. O papel de parede com a estampa de rostos com a face contorcida em grito que repetiam pela extensão da sala, estava rasgado em partes, os detalhes de madeira das paredes estavam todos descascados e com aparência velha. O lustre de ouro e cristais estava caído perto da lareira apagada, e uma bela escada espiral de mármore se encontrava no canto direito do ambiente.
- O que houve por aqui? – Natalie perguntou aos cochichos.
- Vocês estão sentindo esse cheiro? – Emily falou, fungando o ar.
Bill olhou para ela também cheirado o ambiente até que enfim disse:
- Sim... Parece pimenta!
- Vamos dar logo o fora daqui antes que a gente encontre a pessoa, ou a coisa, que deixou isso aqui como está! – Amy proferiu.
Atravessavam a extensão da sala de ponta de pés, com muito cuidado para que não fizessem barulho com os cacos e os outros diversos objetos pelo chão.
De repente, o coração de Emily congelou. Um gélido arrepio subiu sua espinha com um estranho ronco que veio do segundo andar.
- O que foi...? – ciciou.
David colocou o dedo indicador levantado sobre seus lábios em sinal de silêncio para a garota. Outro ronco cortou o silêncio do local.
- Credo! Parece um porco sendo abatido! – Natalie exclamou com um tom de voz tão baixo que quase não fora ouvida por seus colegas.
Atravessaram o recinto chegando a uma porta do outro lado. Novamente Emily girou a maçaneta com cuidado e empurrou a madeira fazendo com que um longo corredor fosse visto.
No corredor, a luz avermelhada de fora e a lanterna iluminavam seu final, onde havia outra porta. O chão era forrado com um tapete rubro, e o papel de parede com desenhos surreais que lembravam porcos estava sujo. Havia pedaços de velas quebradas e cacos de vidro por toda parte.
Amy cutucou Bill, que olhou para ela imediatamente. A garota falava tão baixo que ele apenas entendeu o que ela quis dizer pela movimentação de seus lábios.
- Ilumina a parede... Será que essa mancha é sangue?
O garoto fez um sinal positivo com a cabeça e ainda ajudando Amy, foi até a sujeira da quadrela, iluminando-a.
- Não, não parece ser sangue. Está com cara e cheiro de terra – disse.
Ela concordou com a cabeça.
- Não quero nem saber como essa terra foi parar aí – Natalie admirou-se.
- Vamos logo gente! Não temos tempo para isso! – David apressou.
- É, você tem razão – Emily admitiu, fazendo um sinal para que Bill começasse a andar até o fim do corredor.
Mais uma vez, Amy estendeu o braço e girou a maçaneta, abrindo cuidadosamente a porta.
Um terrível cheiro de podridão invadiu suas narinas. Todos os quatro jovens fizeram uma careta de nojo. Bill iluminou o local, exibindo uma cozinha com toda a extensão de chão e paredes cobertos por lajes frias e brancas.
Logo começaram a adentrar o local, e viram o que proferia tão terrível cheiro: Havia manchas de sangue por todo o local, e em cima da mesa feita de mármore branco, havia algo que fez com que Natalie abafasse um berro de pavor, caindo no choro. Um estranho sentimento de repulsão e náusea tomou o corpo dos garotos.
Havia um bebê recém nascido morto em cima da mesa.



..::Continua::..

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