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domingo, 3 de janeiro de 2010

Capítulo XXI ..::O Chapeleiro Insano e a Lebre Lúgubre::..



Já haviam passado por cinco portas e o coelho estava a abrir mais uma. As duas primeiras foram as mais demoradas, para o resto, o animal retirou do bolso de seu colete vermelho, um relógio de bolso antigo, cujos ponteiros possuíam formato de chave e com estes abria as trancas.
A última, ao ser aberta, fez os jovens adentrarem um local úmido. Com o mirar rápido das lanternas, puderam ver que adentravam um escuro e denso gramado. Logo passaram a avistar árvores. Emily olhava curiosa para o céu, onde duas estranhas luas rubras brilhavam sem tanto iluminar.
Jeanine olhou para trás e viu que todos haviam saído por uma porta de um tronco oco de uma figueira.
Enquanto observava o alto, sentiu um leve toque gelado de algodão em sua bochecha.
- Está nevando? – Carol indagou.
- Creio que sim – Edgard afirmou.
- Vamos, depressa! Senão chegaremos atrasados! Eu ainda preciso buscar os outros! – o coelho apressou, dando saltos maiores pelo caminho de terra.
Havia placas por toda parte, mas nenhuma delas parecia apontar para algo. Suas setas indicavam diversas direções e não possuíam nome algum.
O coelho adentrou um clarão em meio ao copado de árvores, onde uma grande mesa estava preparada com uma bela toalha dourada e um belíssimo conjunto de xícaras, bules e pratos de porcelana. As cadeiras ao redor da mesa eram diferentes entre si, cada uma mais bela que outra.
Apesar da escuridão do caminho, aquele ponto estava bem iluminado por estranhas luzes que saíam do interior das frutas penduradas nas árvores e arbustos ao redor do local. Um homem com roupas antigas e uma longa cartola preto-esverdeada tomava chá, enfadonho, ao lado de uma lebre cinzenta.
O coelho voltou para a escuridão, pulando novamente para o caminho de onde vieram.
Os jovens se aproximaram das duas figuras sombrias. Emily tomou a frente.
- Olá, com licença, podemos nos sentar? – interpelou á dupla.
- Não! – o chapeleiro berrou, fazendo Jeanine gritar de susto, se escondendo nas costas de Edgard. – NÃO! Não há lugar!
- É – a lebre concordou. – Não há lugar, nenhum lugar!
- Mas as cadeiras estão desocupadas! – a garota tornou a expor.
- SE VOCÊS NÃO VIERAM PARA O CHÁ DA RAINHA, NÃO HÁ LUGAR! – o homem vociferou.
- Mas viemos ao chá da rainha – Amy tornou a dialogar, com a voz trêmula de pavor.
- Então somos obrigados a ceder! Maldita! – o chapeleiro quadrou, com um tom de voz pouco mais calmo, porém ainda falando entre dentes, aos cuspes.
Os jovens foram se sentando um a um. Entreolharam-se lembrando um ao outro para que nada bebessem. Todos sentiam um estranho frio no estômago de pavor.
- Eu, se fosse vocês, pararia de vir aqui! – A lebre disse, assustando a todos com o bater de seu punho sobre a mesa. – Este lugar inteiro está decaindo! Eu gostaria de tentar abrir alguém, e rechear com a melhor manteiga para ver de tudo volta a funcionar como antes!
- Mas veja lebre de março, que meu relógio não está direito! – o chapeleiro contou, consultando o objeto enquanto tomava um gole de chá.
- É porque havia migalhas de pão! – a lebre desculpou. – Talvez eu devesse abrir um destes para teste! – ela disse, lançando um olhar malicioso sobre os jovens, como um lobo que aprecia sua presa.
- Não, não! Devemos respeitar as ordens da rainha em seu leito de morte! – enunciou.
Os garotos trocaram olhares novamente. Aquilo definitivamente cheirava á pistas, e mal podiam esperar a chegada dos outros fragmentos.



..::Continua::..

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