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segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Capítulo XXIII ♥ ♠ A Fuga ♣ ♦


- Como descobriram meu plano do chá e o que mais sabem? – a megera conseguiu gritar entre tossidas.
O coração de Emily parara naquele momento. Apenas lá ela percebera o motivo do coelho ter-los buscado um a um, e apenas lá ela entendera o recado que Robert passara sobre correr na floresta escura.
Estavam presos no País das Maravilhas. Por isso o caçapo pálido de colete os havia procurado pessoalmente, para garantir que não levassem o objeto de transporte, e olhando para os outros, Amy notou que nenhum deles o estava carregando.
- VAMOS! DIGAM COMO DESCOBRIRAM MEU PLANO DO CHÁ ENVENENADO E O QUE MAIS SABEM? – a rainha tornou a vociferar.
Emily levantou-se da cadeira e debruçou suas duas mãos na mesa.
- Você não está aqui para saber por que o seu País das Maravilhas nos invocou! Você só sabe que as coisas começaram a ficar terrivelmente ruins antes de virmos para cá e está tentando se livrar de nós como se fossemos culpados sobre isso! – proferiu, em tom firme. – Mas devo dizer a você, que pelo que me foi passado quando entrei a primeira vez em seu mundo, é que ele já estava em decadência, aliás, quando logo bem entrei, ele não parecia um lindo conto de fadas!
O rosto da Rainha Vermelha tornou-se vermelho vivo. Seus pequenos olhos se entrefecharam em raiva e seu queixo tremia.
- Ora temos uma pequena insolente aqui! – a rainha levantou-se, da cadeira lentamente, proferindo um olhar de ódio para Emily. – CORTEM-LHE A CABEÇA! – ordenou, apontando a garota em pé, com o dedo indicador. – CORTEM-LHES A CABEÇA! TODOS ELES!
O coração de Edgard pareceu gelar com essa frase lembrando seu sonho, mas por estranho que parecesse aquele momento, aquele não era o tom que expressava durante o pesadelo.
Debaixo da mesma sombra da qual a rainha surgira, surdiram dez cartas de baralho do exército real, todos carregando conssigo afiadas e longas lanças. As cartas começaram a correr na direção da mesa de chá ao mesmo tempo em que os jovens se levantaram e fugiram entre as árvores, sem cessar a corrida por longos minutos.
Galhos passavam pela visão de Emily e por três vezes ela olhou para trás para ver se todos haviam escapado com vida, mas apenas conseguia ver três silhuetas humanas na escuridão.
Mais alguns minutos correndo pela floresta e escutou uma voz feminina atrás de si dizendo:
- Calma, calma! Ei, pode parar! Eles já não estão mais atrás de nós!
Amy retirou a pequena lanterna de seu bolso e iluminou atrás de si. Viu os três outros jovens que apareceram junto com o coelho branco, colocando os braços sobre seus olhos semi-fechados por causa da luz emitida pelo objeto.
- Oi, eu sou Natalie. Esses são Bill e David – disse apontando primeiro ao garoto loiro e depois ao garoto de cabelos negros. – Como é seu nome?
- Eu sou Emily – a garota contou, com a respiração ofegante. – Onde está o resto?
- Acho que foram em outra direção enquanto fugimos – Bill falou.
O coração de Amy encheu-se de preocupação.
- O que vamos fazer agora? – Natalie indagou.
- Eu não sei... Eu não sei... – a jovem respondeu, erguendo suas mãos em dúvida e logo em seguida, descendo-as aos quadris. – Acho que a gente devia continuar andando, para garantir que as cartas não nos alcancem.
Eles se aproximaram, andando juntos, seguindo o caminho que ditava a luz da lanterna. Caminhavam já a alguns minutos em silêncio quando Amy puxou conversa.
- Tenho algumas perguntas para fazer – Emily começou. – Como vocês fizeram para seguir o coelho até a mesa de chá sem lanternas?
- O coelho foi guiando a gente pelo som, sem falar que os olhos dele estavam meio que brilhando... – David explicou.
- Já se conheciam antes? – a garota questionou.
- Eu e David moramos na mesma rua. Conhecemos a Natalie no caminho para o chá. E vocês? Se conheciam antes? – Bill contou.
- Sim. A gente foi se encontrando ao acaso. Eu já conhecida Edgard, pois estamos na mesma classe, e quando ele viu meu espelho, ele me apresentou para Jeanine, irmã dele, que também tinha um.
- Jeanine é qual daquelas duas que estavam na mesa do chá? – a outra jovem perguntou.
- A que tem os cabelos mais escuros, que estava com eles soltos. Depois, o Edgard entrou no país das maravilhas e ganhou em espelho também – continuou. – A Carol nós encontramos na escola, vendo que ela tinha a marca.
Os três pararam de andar. Amy seguiu mais alguns passos, distraída, até ver que havia um gato cinzento e triste sendo iluminado no meio do caminho.
- Gato? – ela indagou, surpresa com a aparência do animal.
- Emily, Jeanine me pediu para entregar um recado á você – a garota fez um aceno com a cabeça, mostrando ao gato que estava escutando o que tinha a dizer. – Ela disse que estão todos bem, e que ela sabe como sair daqui. Falou para você rumasse á casa do coelho branco, que lá ela vai explicar o que pensou.
- Certo. Vou para lá. Mas gato, o que aconteceu com você?
- Tudo no País das Maravilhas está decaindo, mas parece que ao invés de ficar agressivo, e começar a trabalhar para a Rainha Vermelha, fiquei desse jeito – o animal explicou. – Agora vá! Siga aquela direção – apontou com o indicador um caminho entre as árvores – e direi a seus amigos que você está bem.
O felino deu um breve sorriso, que mais parecia uma consolação, e desapareceu logo em seguida.




♥ ♠ Continua ♣ ♦

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