THOUSANDS OF FREE BLOGGER TEMPLATES

sábado, 2 de janeiro de 2010

Capítulo XX ..::Escurecer::..


Jeanine seguia o caminho do coelho o mais longe que podia na fila. Todos estavam com as pequenas lanternas acesas, iluminando o local com muito pesar, pois o máximo que conseguiam enxergar era o chão ladrilhado como um tabuleiro de xadrez e algumas paredes de madeira escura pintadas de branco, cuja tinta já estava a descascar.
O animal adentrou um escuro corredor repleto de portas de tamanho e entalhe em relevo diferenciados. As lanternas até que estavam funcionando, mesmo assim, toda vez que a garota espiava por cima de seus ombros, nada conseguia ver tamanha a escuridão daquele lugar.
- Este lugar está mais escuro que quando vim aqui! – Emily deixou-se exclamar.
- É verdade – Edgard concordou.
O coelho parou diante de uma porta e começou a examinar sua maçaneta. Ele batia em alguns pontos dela, como se fosse um segredo para abri-la. Após alguns minutos, a tranca fez um estranho barulho metálico.
Ao passar, os jovens tinham que abaixar suas cabeças, pois a porta parecia ajustada ao tamanho do animal.
Andavam por um segundo corredor de portas, quando Jeanine ouviu algo ás suas costas. Ela apontou a lanterna e viu o gato, que dessa única vez não parecia sorrir, seus pelos, antes multicoloridos, estavam em tonalidades de cinza e marrom escuro. De olhos tristes, ele disse á garota:
- Jeanine. Algo está acontecendo.
- Gato! O que houve? O que aconteceu com você – ela perguntou, preocupada e deprimida.
- O País das Maravilhas escureceu. E algo pior ainda, – ele disse sombrio – agora nada funciona como antes. Apesar de este lugar possuir sua falta de noção mágica, tudo tende á morte.
Os olhos de Jeanine encheram-se de lágrimas com o tom de lástima do animal. Ela não chegou a chorar, mas sua garganta estreitou-se antes que conseguisse falar.
- Nós podemos mudar isso? – interpelou ao gato.
- Sim. Eu e os poucos que ainda não foram corrompidos á loucura da Rainha de Copas, depositamos toda nossa fé em vocês.
Jeanine sentiu algo á suas costas e virou-se assustada.
- Calma. Calma. O que houve? – Carol perguntou.
Ambas se abraçaram por alguns instantes. Jeanine recuou lentamente.
- Com quem você estava conversando?
A férula fechou os olhos, tentando controlar o choro. Suspirou, para depois enfim dizer:
- O gato. Você tinha que ver como ele estava! – disse, definhando a voz.
- Jeanine, calma. Respira.
- Ele disse que o país está ficando pior, e que tudo agora está com ares de morte – contou, gaguejando.
Caroline olhou para a garota deveras.
- E nós podemos mudar isso, certo? – indagou.
- Creio que sim – a outra respondeu melancólica.
A dupla se abraçou e seguiram o caminho, juntando-se aos outros, enquanto o animal pálido abria outra porta da mesma maneira que a anterior.
Jeanine seguia a fila, sem deixar de pensar no que o gato havia lhe dito. Ela concluiu que precisavam de um ultimo e mínimo sinal, uma pista de minerva, para poderem por fim á tudo aquilo. Era apenas uma peça do quebra cabeça que faltava, e como Emily havia dito, durante o chá era provável que conseguissem isso. Se os outros segmentos de Alice estivessem lá, talvez uma conversa com eles fizesse surgir uma nova trilha.
Ela se entristeceu repentinamente. Não conseguia encarar as condições em que mundo qual tanto amava em tempos de criança se encontrava. E achou engraçado como isso lembrava o próprio mundo em si.
Mas sempre há uma ultima esperança no fundo da caixa de pandora. Não foram eles que a abriram, mas seriam eles essa expectativa de melhoria.
.
.
.
..::Continua::..

0 comentários: