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domingo, 3 de janeiro de 2010

Capítulo XXII ..::Os Outros e a Rainha::..



- Não fale asneiras! – a lebre disse – A rainha não está em leito de morte, pode ser apenas uma doença passageira! Uma simples tosse seca de verão!
O chapeleiro pareceu irritar com o tom desdenhoso na voz do animal.
- Do jeito que está o novo País das Maravilhas? Duvido muito que essa simples tosse seca de verão da rainha venha a melhorar! Nem com chá de eucalipto! – o homem de cartola falou, rindo histericamente.
- Eles não parecem estar normais! – Jeanine cochichou para Emily.
- Eu sei – a amiga respondeu, no mesmo tom baixo.
- Estou com medo, muito medo – a garota admitiu.
Um dos bules – o maior deles no centro da mesa – começou a tremer, tilintando a porcelana num som agudo. Logo, a tampa do mesmo pulou, caindo em um prato com estranhos biscoitos roxos. De dentro do objeto saiu um gordo camundongo marrom, de olhar modorrento.
- Os nossos convidados já chegaram? – ele perguntou aos outros dois.
- Sim! – o chapeleiro respondeu, apontando o indicador aos jovens. O camundongo seguiu a direção mostrada com os olhos.
- E a rainha? Já chegou?
- Não! Não! Não! – a lebre gritou. – Mas o coelho acabou de chegar com a segunda remessa! – contou, olhando para a entrada de árvores do mesmo caminho pelo qual os outros garotos vieram.
Primeiro veio o coelho branco, saltitando até a mesa, parando ao lado de Carol. Depois, entrou um rapaz cabisbaixo, aparentando mais ou menos a mesma idade do resto, seguido por uma menina muito bonita, de cabelos negros encaracolados e pele branca. Logo em seguida entrou outro garoto, este era loiro, ao contrário dos jovens anteriores.
Esperavam que a garotinha que Caroline vira também entrasse seguindo o animal de colete rubro, mas não havia mais ninguém atrás destes, o que os deixou surpresos.
- O que há de errado? Porque estão com essa cara de surpresos? – uma firme voz feminina disse.
Das sombras de uma figueira, surgiu a rainha, a mesma que Edgard havia visto em suas desventuras anteriores, mas ele estranhou a aparência da dama, que antes demonstrava soberania e que agora era apenas vistosa em vestes, pois seu rosto estava apagado e seu olhar já não parecia mais amedrontador como antes.
- O que vocês sabem que não sei? – a Rainha demandou aos quatro que estavam sentados.
- Ficamos surpresos de existirem mais pessoas que entram pelo País das Maravilhas, alteza – Emily respondeu tentando ser o mais educada o possível com a mulher.
Os três outros fragmentos estavam em pé, ao lado da longa mesa de chá. A soberana do brio carmesim disparou um ímpeto olhar rancoroso a eles, e bradou com ira:
- O que há de errado com vocês?! Sentem-se! Rápido! – disparou, logo em seguida começando a tossir secamente.
Os jovens apressaram-se a sentar-se à mesa de chá, com assustados olhos de íris rubicundas.
Após o término do ataque da Rainha, ela tornou a falar:
- Algo está acontecendo com meu país! Eu gostaria muito de descobrir o que, mas não posso! O que sei é que o País das Maravilhas invocou vocês por algum motivo, e lhes deu um meio de entrar e sair, todavia, toda vez que isso acontece, meu reino e minha saúde definham! Não gosto de intrusos em meu reino, porém estou aqui para aprender com vocês e quero... – mais uma vez a mulher fora interrompida por ataques de tosse. Ela somente pôde continuar assim que os mesmos haviam encerrado. – Quero saber o que lhes foi designado! Quero saber por que foram chamados!
A rainha voltou a tossir, enchendo a palma de sua mão com sangue.
A garota que acabara de vir junto ao coelho estava aproximando uma xícara a seus lábios, pronta para provar do chá, quando Emily lhe fez um rápido sinal negativo com a cabeça.
- O que vocês sabem que não sei? – a Rainha de Copas indagou, intrigada.



..::Continua::..

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