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quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Capítulo XV ..::Enganando o Coelho Enganador::..


- Estou aqui para avisar vocês de uma coisa – o coelho disse.
- O que houve, então? – Emily perguntou.
- O charuto não é o presente ideal. Eu estava enganado! – ele explicou.
- Ah, essa não... Como vamos fazer agora? – Edgard questionou quase que ironicamente.
O coelho branco começou a se aproximar dos jovens, que estavam cada vez mais tensos com a presença do animal.
- Veja, eu trouxe o que a lagarta vai realmente querer – o falso Robert falou, mostrando um belíssimo leque vermelho e branco em suas mãos.
Jeanine começou a pensar. As engrenagens de seu cérebro giravam enlouquecidamente pensando em alguma maneira de enganar o coelho.
- E se déssemos os dois presentes? A lagarta ficaria mais feliz e poderia nos responder mais perguntas – enfim disse.
- Um só presente é suficiente, garota – o coelho falou.
- Mas eu acho, pelo perfil da lagarta nos livros do Lewis, que ela vai gostar muito mais do charuto – Emily explicou. – Vamos por votos! Eu voto no charuto!
A fofa criaturinha centrou seus olhinhos vermelhos na jovem que acabara de falar, com feições de raiva.
- O leque é muito mais bonito. É o presente ideal! – o animal argumentou.
- Não, não é! – Carol falou quase aos gritos, nervosa. – O charuto é mais caro. Vale mais.
Os olhos do coelho cerraram. Ele parecia estar esgotando a paciência com os garotos.
- Não confiam mais em seu amigo? – a criatura questionou.
Todos ficaram calados por alguns instantes. A respiração do coelho começou a ofegar.
- Quer saber? Me passa esse charuto agora! – o animal gritou com todas suas forças, fazendo um estranho movimento rápido com o leque que carregava em mãos, transformando-o em uma tesoura com as mesmas cores.
Amy se afastou, ouvindo o ecoante grito de Caroline. O coelho saltou, empunhando a tesoura, na direção de Jeanine. Edgard soltou um berro de pavor. Todos fecharam os olhos.
Um som de farfalhar de asas iniciou junto á um vento. Abriram os olhos. O coelho estava no ar, sendo levado pelo grifo, enquanto machucava as patas do mesmo com suas lâminas.
- Sigam para o norte! A lagarta está ao norte – a ave gritou, pouco antes de sumir pelo céu.
Aliviados, os jovens suspiraram. Jeanine caiu no choro, sendo abraçada por Emily.
- Vamos lá, estamos todos inteiros. Hora de procurar a lagarta – Edgard disse. Caroline concordou com um aceno da cabeça.
Olhando para o estranho sol branco que brilhava no céu, definiram onde era o norte, e assim rumaram para lá.
Já estavam andando há bastante tempo quando o ambiente começou a escurecer e a enevoar. Os sons dos insetos aumentavam conforme adentravam a floresta de cogumelos, até que Emily notou que não paravam mais de subir.
- Pessoal, não é estranha essa sensação que estamos subindo e subindo? – disse.
- Sim. Mas tudo aqui é estranho. Nada é o que seria, e tudo é diferente do que devia ser, esqueceu? – Carol explicou, olhando para os olhos de Edgard.
A névoa que os cercava já começara a ser malcheirosa, o que fez com que os jovens percebessem que estavam próximos á lagarta.
Após algum tempo, um pouco da fumaça se dissipou e puderam ver que estavam na cabeça de um cogumelo de manchas vermelhas gigantesco. Olharam para o horizonte, onde havia mais e mais fungos, e entre eles começou a surgir um enorme corpo comprido, que se movia por arrastar-se pelo chão.




..::Continua::..

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Capítulo XIV ..::A Floresta dos Fungos::..



Jeanine entrou na casa de Caroline. Todos os outros a estavam aguardando nervosos na cozinha. Emily estava com as pernas inquietas de preocupação, enquanto Edgard bufava de tempo em tempo.
- Eu chequei meus e-mails hoje de manhã para ver se Robert deixou alguma coisa para a gente – a garota recém chegada disse.
- E o que ele escreveu? – Amy questionou, sem olhar para os olhos de Jeanine.
- Ele escreveu dizendo boa sorte. E também nos lembrando de não esquecer o charuto em hipótese alguma.
- Tá. Você trouxe ele? – Emily perguntou, levantando-se da cadeira.
A garota retirou a mochila das costas e tirou de lá o espelho e o charuto.
- Vamos? – disse.
- Vamos – concordaram.
Foram todos ao quarto da anfitriã. Jeanine colocou o presente em seu bolso. Respiraram fundo. Tocaram os espelhos.
Após fazerem isso, olharam uns ás feições dos outros. Continuavam no quarto.
- O que aconteceu? Porque não deu certo? – Edgard perguntou.
Carol andou até a porta e a abriu.
- Ah, deu certo sim. Olhem só – falou, apontando para fora.
Emily andou até lá e saiu pela porta. Estava na floresta de cogumelos e fungos.
- Nossa! Esse lugar é incrível! – a garota não se conteve em dizer, admirada com tudo.
No lugar de árvores, a floresta continha cogumelos gigantes, de dois a três, quatro ou até cinco metros de altura. Havia também o cricrilar dos grilos e o cantar das cigarras. Pequenas luzes flutuantes – que Amy julgou serem vaga-lumes de inicio, mas logo viu que nem piscavam – pairavam o ar.
A garota passou a mão por uma das luzes, o que deixou nela uma espécie de pólen dourado.
- Magnífico.
- Tá. Lindo, maravilhoso. Agora, como vamos encontrar a lagarta? – Edgard disse.
Jeanine estava olhando ao seu redor, mas parou em um local, onde um coelho branco a olhava enquanto um sorriso flutuava ao seu lado.
- Oi? – disse, fazendo os outros jovens olharem na mesma direção.
- Jeanine? Sou eu... O Robert! – o coelho falou.
- Robert!
Havia algo sobre estes jovens que ninguém no país das maravilhas, exceto pelo gato, dono do sorriso que estava radiante no ar, sabiam. Jovens da idade de Emily, Edgard, Caroline e Jeanine, geralmente têm o costume de se comunicar durante provas sem que o professor saiba, portanto conseguiam ler lábios com certa facilidade. Foi mais fácil ainda, pois decodificar um grande sorriso dizer “Não é o Robert!”, não é a mesma coisa que ver seu colega de classe gesticulando “mitocôndrias, citoplasma e ribossomos”.
Ao entender a mensagem do sorriso, que desapareceu logo em seguida, ficaram todos sérios.
- Robert! Porque você está aqui? – Jeanine questionou.
O celular de Jeanine tocou e ela checou o que era. Era um aviso que havia recebido uma mensagem. Era do número de Robert. Dizia: Cuidado! Ele é mais perigoso que parece. Leu os e-mails!
A garota passou o celular para Emily, que após ler, o deixou disfarçadamente no bolso de Edgard, que o passou para Carol disfarçadamente.


..::Continua::..