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quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Capítulo XXVIII ♥ ♠ Confronto com a Duquesa ♣ ♦


- Ai meu Senhor, o que é isso? – Natalie gritou entre choro.
- Eu acho que... – Emily começou, aos gaguejos. – Acredito que seja o porco do conto original. Alice encontra ele e acha que é um bebê que a Duquesa carrega, mas logo depois ela percebe que é na verdade um porco...
- Ei, Emily, Natalie, abaixem o tom de voz. – David disse, com a voz fraquejando de medo e susto.
Amy levou as duas mãos á boca e seus olhos arregalaram-se quando ela percebeu que haviam quebrado o silêncio que o gato tanto frisara que fizessem.
Os jovens calaram-se. Era possível, então, ouvir apenas os soluços de Natalie e passos que vinham em sua direção.
Bill começou a apontar a lanterna pela cozinha procurando a origem dos passos. Ele começou iluminando uma pia toda manchada de sangue com pedaços de carne e uma faca ao lado de diversos pratos e copos quebrados.
A respiração dos garotos começou a ofegar de medo.
Ele seguiu com a luz pela extensão da parece até iluminar uma porta, onde uma magra e alta mulher os observava.
Ela continha os cabelos presos e vestia um avental branco – todo manchado com sangue – por cima de seu vestido verde escuro. A estranha segurava algo em sua mão, porém apenas Emily reconheceu ser uma pimenteira. Sua boca começou a abrir, puxando o ar, como se ela retesasse a falar algo, enquanto seus olhos piscavam rapidamente, irritados com a luz.
- MAIS PIMENTA! – gritou, o que vez com que os jovens se assustassem.
- É a cozinheira! Corram! – Amy disse, já a caminho do corredor, sendo levada por Bill.
Natalie e David foram á frente para o corredor, que foi rapidamente atravessado até a sala, onde repentinamente pararam de correr.
- Porque vocês pararam? – Emily gritou, enquanto Bill parava pouco atrás de seus colegas.
A luz da lanterna seguiu pela sala até a escada em espiral, por onde uma mulher, de rosto gordo e enrugado descia.
- Então meu café da manhã chegou? – ela disse com sua enorme boca repleta com dentes pequeninos e afiados.
- Você é a Duquesa? – Amy indagou.
- Eu mesma! – a mulher disse, já ao pé da escada e seguindo na direção dos jovens.
A Duquesa começou a se abanar com um leque que havia em uma de suas mãos, enquanto começou a passar sua estranha e gigantesca língua por seus lábios, deixando-os umedecidos.
- Eu realmente esperava que tivesse que caçar algo para o café e o almoço de amanhã, mas parece que as presas vieram até mim – disse.
Bill deu um longo gemido de dor e caiu no chão, derrubando Emily junto conssigo, atrás dele estava a cozinheira com uma faca ensangüentada em mãos.
- Ai... Ai... Ai... – Bill reclamou, enquanto passou a mão por sua costela direita, onde havia um fundo corte. O garoto começou a chorar ao ver seu sangue escorrendo pelo chão.
Estavam todos boquiabertos com o que acabara de acontecer. Natalie levara as duas mãos á boca em choque, enquanto olhava para o jovem se debatendo em profunda dor.
- Traga a faca até mim! – a Duquesa ordenou.
Sem demora, a outra mulher levou-lhe o objeto.
Emily olhou para Bill, que estava choramingando. Logo em seguida olhou para os outros dois parceiros. Ela fez um sinal para David acenando com a cabeça para ele e logo em seguida na direção do colega ferido. Logo em seguida ela olhou para Natalie e gesticulou levemente com os lábios: “Me levanta e corre ao meu sinal”.
A Duquesa agarrou a faca com sua mão de dedos e unhas anormalmente compridos, e levou o objeto á boca, passando sua língua por toda a extensão metálica para retirar o sangue.
- Hum, muito gostoso! Mas falta algum tempero – disse. – Acho que falta mais pimenta...
A cozinheira foi se aproximando do jovem caído, balançando a pimenteira. Emily esticou o braço até a pequena lanterna caída no chão. Sem demora, a garota ergueu a luz na direção dos olhos da mulher.
- Agora! – gritou.
Rapidamente, David levantou Bill em seu colo, segurando seus ombros com um braço e suas pernas com outro. Natalie correu até Emily e ajudou-a a se levantar, fazendo o mesmo suporte que o garoto fazia a pouco, jogando seu braço por cima dos ombros.
A cozinheira gritou furiosa, esfregando seus olhos com os dedos, enquanto os jovens iam se levantando e fugindo pelo corredor.
- Não os deixe escapar! – a Duquesa berrou, enraivecida.
Rapidamente atravessaram a cozinha e deram com outro corredor, dessa vez curvo, cheio de portas e com diversos quadros estranhos de crianças nuas nas paredes. Os garotos puderam apenas observar as pinturas de relance, pois andavam apressadamente.
Natalie abriu a porta ao fim do corredor com força, adentrando um belo salão cheio de cortinas vermelhas, com grandes janelas, um belíssimo lustre e diversos quadros da mesma natureza dos outros vistos pela casa, além de uma porta para a varanda, que dava para o lado de fora da mansão.
Atravessavam o local com pressa, escorregando pelo piso polido, quando ouviram os passos da cozinheira vindo do corredor.
- Eles estão sujando todo o chão do salão! Você sabe como foi difícil conseguir sangue o suficiente para poli-lo. – ouviram os berros da Duquesa, que ecoavam como trovões pela casa.
Amy apoiou-se na parede enquanto Natalie abria a porta da varanda.
A garota olhou para o chão e notou que o piso realmente era vermelho escuro, o que a deixou mais assustada e afobada a sair de lá.
Logo haviam atravessado a porta da varanda. Avistaram a entrada para a floresta com a ajuda da lanterna e assim corriam com o máximo de velocidade que podiam na direção das árvores. Emily conseguira ainda virar seu rosto a ponto de ver ambas, a Duquesa e a cozinheira, correndo pela grama com dificuldade devido à suas vestes. E ainda avistou o rio, onde teve uma das piores visões de sua vida: diversos corpos estavam jogados em meio às águas. Pelo julgamento da jovem, aqueles pareciam ser corpos infantis, mas ela não teve muito tempo para reparar.
Estavam adentrando a floresta quando Amy viu as duas estranhas mulheres desistirem da perseguição, ofegantes. David também se mostrava cansado por causa do peso de seu colega, que carregava com muito pesar por causa do pé manco que havia pisado na pedra no caminho para a casa da Duquesa.
- Estamos perto da casa do coelho, mantenham o ritimo! – Emily gritou.



♥ ♠ Continua ♣ ♦

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