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terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Capítulo XXVI ♥ ♠ Humpty Dumpty ♣ ♦



Emily estava de passos tão apressados guiando o grupo com a lanterna que já quase corria. Natalie e David acompanhavam com dificuldade, enquanto Bill seguia sem maiores problemas.
As árvores foram se tornando menos densas e com maior espaço entre uma e outra, até que estivessem em um campo aberto. Era possível escutar o som de água corrente por perto.
Apesar da pouca luz, era possível enxergar ao longe, entre um rio corrente, uma grande mansão, com um imenso jardim e um pequeno dique.
- Essa deve ser a casa da Duquesa – Bill disse.
- É. Não temos tempo a perder! – Emily exclamou, andando apressadamente.
- Nossa. O duro é que não vai dar mesmo para atravessar pelo lado – Natalie reclamou.
Após algum tempo andando, logo se viram em frente á um alto portão de barras douradas.
- Está aberto? – David indagou.
- Com certeza não – Emily falou, apertando um cadeado do tamanho de uma maçã com sua mão direita. – Teremos que pular.
Andaram um pouco, seguindo a extensão do portão até chegar a um alto muro coberto por hera.
- Podemos usar a planta para subir – Amy sugeriu.
Todos confirmaram com a cabeça, Natalie respirou fundo e começaram a subir, agarrando os ramos do vegetal até que chegassem ao topo. O coração de todos os quatro jovens palpitava gélido com o medo da descida.
Sem deixarem-se afobar, foram descendo com a mesma calma da subida, usando a hera como escada. David e Bill estavam lá embaixo, ajudando Natalie enquanto Emily encontrava-se pouco abaixo da metade do muro.
De repente a garota se soltou, caindo direto ao chão, que por sorte era de terra, recoberto por uma macia grama.
- Ai! – gemeu.
Os outros correram em sua direção para acudir.
- Você está bem? – Bill questionou.
- Eu estou, mas acho que torci feio o meu pé! – Emily disse, soluçando de dor.
Ela olhou para seu corpo, ainda deitada, movimentando lentamente o pescoço. Pôde ver uma queimadura em sua mão. Tentou mover o pé, mas parou por causa da imensa dor.
Emily foi levantando o olhar até que viu, por causa da lanterna caída na grama, o autor de sua queda.
- Humpty Dumpty sentou-se no muro, Humpty Dumpty levou um grande tombo, todos os cavalos do rei e todos os homens do rei, não conseguiram montar Humpty Dumpty nunca mais – a criatura cantava.
Um homem com formato de ovo, com duas finas pernas e dois finos braços com longos dedos que seguravam um charuto aceso, cantava sentado no topo do muro.
- Parece que dessa vez não fui eu quem caiu! – disse, com os olhos em brasa.
- Porque você fez isso? – Emily questionou, com a voz chorosa, porém ainda firme.
- Porque eu fiz o que? Você deve ser mais específica, menina – ele disse, fazendo um movimento com o dedo indicador que fez com que cinzas se desprendessem de seu fumo, provavelmente como ele fez para derrubar Amy.
Humpty Dumpty levou o charuto á sua enorme boca e deu uma tragada, logo depois expelindo a fumaça na direção dos jovens, que tossiam.
- Bom, agora irei gritar e berrar até acordar a duquesa! Minhas ordens são as de não deixar ninguém entrar, e vigiar o jardim durante a noite – ele disse.
- Por favor, não faça isso! – Emily suplicou enquanto David e Bill tentavam levanta-la apoiando os braços da garota envoltos em seus ombros.
- Bom, tudo tem seu preço – Humpty Dumpty disse. – O que vocês têm a oferecer?
- Não temos nada aqui conosco, mas podemos voltar trazendo algo que queira – Bill falou em tentativa de barganha.
A criatura abriu a boca, puxando o ar, retesando-se a berrar, quando de repente, Natalie deu um leve assovio, chamando a atenção de todos.
- Nós temos isso! – ela declarou, arremessando uma pesada pedra do tamanho de um sapato.
A garota errou, mas foi o suficiente para que Humpty Dumpty perdesse o equilíbrio e caísse, despedaçando-se no chão. Emily respirou aliviada olhando para a outra garota.
- Vamos – David disse, começando a andar na direção da casa.
- Não! Ainda não! – Amy exclamou. – Me leve até o ovo. Preciso ver uma coisa.
Os dois garotos começaram a levar ela até onde a criatura caíra, onde a grama estava repleta de cascas, pele e sangue. Com a lanterna, Emily começou a vasculhar em volta daquela sujeira toda, com uma careta enojada por causa das entranhas no chão.
Pouco longe dali, viu o que estava procurando.
- Ei, Natalie, me ajude! – falou.
A garota se aproximou, segurando seu nariz com o dedo indicador atado ao polegar por causa do horrível fedor daquele local.
- Pega o charuto ali na grama e traga para eu ver – mandou.
Natalie assim o fez, pegando o objeto iluminado pela lanterna na grama, e logo em seguida levando ele até Emily.
- Como eu desconfiava! – a garota exclamou. – É o igual ao que demos para a lagarta! Acho que conseguiremos fazer mais umas duas perguntas por esse aqui!



..::Continua::..

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