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quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Capítulo XXX ♥ ♠ Hospital ♣ ♦


Emily estava saindo da sala do médico, ainda assustada com tudo que lhe havia acontecido, porém seu alívio era o de não precisar engessar seu pé.
A garota mancava por longos corredores de piso acinzentado e paredes verde-azuladas e brancas. O hospital era cheio de portas, e ás vezes, pessoas passavam por ela, algumas com crachá de visitantes e outras vestidas de branco.
Ela desceu dois andarem em um pequeno e apertado elevador, e ainda teve que passar por dois conjuntos de escadas, mas não o fez com muito pesar, pois seu tornozelo já estava muito melhor.
Adentrou um ultimo – e longo – corredor. Ao final, atravessou a porta, visualizando uma imensa sala de espera cheia de cadeiras paralelas a um balcão. Andou até os cinco jovens que aguardavam sentados pacientemente, todos ainda assustados.
Sentou-se na cadeira ao lado de Edgard, que conversava com Natalie, tentando acalmá-la. A outra garota estava aos prantos, chorando sem parar.
- O que vamos dizer para todo mundo? – Amy se indagou.
- É verdade. O que a gente vai falar para as pessoas? – David disse. – Não deveríamos ter vindo para o hospital. Vão fazer muitas perguntas.
Emily suspirou, curvando-se para frente enquanto massageava a raiz dos cabelos com a ponta dos dedos.
- Dizemos que encontramos ele assim na rua. Estava amanhecendo e eu resolvi caminhar com vocês pela praça esse fim de semana. Combinamos pela internet de nos encontrar na frente biblioteca e no caminho a gente resolve ir embora porque torci o pé, e aí encontramos Bill, que só descobrimos o nome por causa do David – ela falou.
- É. Me parece bem plausível. Eu pelo menos acreditaria em uma história dessas, vocês não? – Carol perguntou aos outros, que assinalaram positivamente com a cabeça.
- É, só tem um problema, por que eu nunca falei de vocês para meus pais. Eles vão perguntar – David argumentou.
- Isso é verdade – Amy disse, já começando a raciocinar novamente. – Nos conhecemos há pouco tempo, eu, você e a Natalie, no shopping, aí eu combinei com vocês essa caminhada para apresentar meus amigos.
- É, mas não fica estranho... Uma caminhada para apresentar amigos? – o garoto retrucou.
- Fica, mas somos pessoas saudáveis, então vocês gostaram da idéia de caminhar – Emily devolveu.
David levantou uma de suas sobrancelhas e foi logo dizendo:
- Caminhada para apresentar amigos, e a gente sai sem falar nada.
- Esqueceram! – a garota falou, já irritada. – Esqueceram de contar e pronto!
- Estamos ferrados. Nunca vão acreditar que todos nós esquecemos assim... Todos ao mesmo tempo e a mesma informação – ele continuou.
- Ah, então conte sobre o País das Maravilhas para eles e mostre o espelho como prova! Vão acreditar tanto em você que te dariam um sossega leão e te internariam como louco – Emily cochichou, com uma careta enraivecida.
- Falamos simplesmente que acordamos lá com o Bill esfaqueado, e não nos lembramos de nada. É muito melhor que essa historinha sua e mais difícil da gente se contradizer – David sugeriu.
A garota recostou-se à cadeira, cruzando os braços, enquanto falava:
- É. Pode ser. Mas se começarem a nos investigar achando que isso é uma mentira, quero só ver o que você vai fazer.
- Não acreditariam na verdade, como você mesma disse. No máximo pensariam que somos drogadinhos e boa. Como não somos, então não tem como provarem isso – o garoto disse, franzindo a testa.
Emily levantou-se, bufando.
- Moleque chato! – reclamou, enquanto mancava até o bebedouro.
Edgard olhava ao infinito, maquinando, durante um longo minuto de silêncio, onde somente era possível escutar aos soluços de Natalie. Logo, o garoto pareceu ficar nervoso, por causa de sua expressão, pouco antes de gaguejar para Caroline:
- Carol. Será que não poderíamos conversar em particular?
- Claro – a garota respondeu, já se levantando.
Ele também se levantou, e assim seguiram para outro canto da sala de espera, porto de um grande vaso com uma planta estranha.
Pouco depois a porta se abriu abruptamente e uma mulher com o mesmo jeito e a mesma feição, porém envelhecida, de Natalie, entrou, aos prantos.
- Nat, filhota! Você está bem, graças aos céus! – chorou, correndo na direção da garota.
- Mãe! – ela gritou com o rosto vermelho e todo molhado com suas lágrimas, levantando-se e correndo na direção da mulher, abraçando-a.
Jeanine foi até Emily, que lentamente bebia água em alguns copos descartáveis.
- Amy... Acho que já sei o que perguntar para a lagarta com o novo charuto que vocês acharam – a garota disse, já desacelerando e parando o caminhar do outro lado do bebedouro.
- O que foi? – a outra jovem disse distraída.
- Você não contou no caminho pra cá, que tinham achado outro charuto e tal?
- Sim. É. É isso mesmo – Emily respondeu.
- Então, me veio uma dúvida e acho que já sei o que perguntar para a lagarta – Jeanine contou.
- Eu sabia que você estava quieta demais! Então, qual é a idéia? – a garota sorriu.
- O que será que acontece se um dos fragmentos da Alice morre?




♥ ♠ Continua ♣ ♦

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