THOUSANDS OF FREE BLOGGER TEMPLATES

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Capítulo III ..::O espelho::..



Emily agarrou o objeto com a mão que não estava usando.
Com a luz, ela começou a observar os entalhes de flores desenhados nas bordas douradas e no cabo do espelho, nos quais havia algo escrito, todavia Emily não conseguia ver o que era pela precariedade da iluminação.
- Como eu devo usar isso? – ela se perguntou, em voz alta.
Olhando seu reflexo, a garota se viu adormecida ao banco da pracinha.
- O que? Como eu uso isso? Talvez se tivesse alguma luz mais forte... – disse á si.
Amy olhou para a mesinha de vidro novamente e pegou o frasco com a bebida vermelha, onde pôde ler em seu rótulo as palavras “Beba-me”. Não se esquecendo das histórias lidas na infância, ela colocou a chavezinha no bolso traseiro da calça e bebeu o líquido, não temendo ser veneno algum.
Pôs a lanterna no chão, iluminando o caminho á portinha atrás da cortina vermelha antes que não pudesse mais segurar o objeto, pois estava diminuindo de tamanho. Logo o teto pareceu se afastar, e os ladrilhos do chão pareciam ainda maiores. Emily estava do tamanho de um camundongo.
A mesa de vidro estava inalcançável. A única coisa que a garota poderia fazer era seguir o caminho iluminado até a porta, onde ela inseriu e girou a chave.
Seus dedos contornaram a maçaneta, forçando-a até a porta abrir com um estranho barulho metálico. A jovem empurrou a madeira levemente com as mãos e uma imensa claridade entrou por todo o local, cegando-a por alguns instantes.
Piscando rapidamente os olhos até se acostumar com a luz, Emily começou a enxergar lentamente onde estava. Era um jardim ao ar livre, e atrás dela havia um enorme muro de pedra com a portinha por qual passara há pouco.
A jovem desceu uma pequena escada formada por meia dúzia de degraus até chegar a uma fonte toda feita de mármore vermelho e branco, de onde jorrava água cristalina abundante.
Lá fora ela conseguia ler o que estava escrito nas bordas do espelho, e Amy pôde finalmente reconhecer as palavras em relevo.

“Para atravessar os mundos, o reflexo deve ser tocado.”

Com uma das mãos a garota segurou o cabo do espelho, enquanto a outra mão foi aproximando de seu reflexo adormecido no banco da praça. Tocou.

Emily acordou num pulo, deixando algo cair de seu colo na grama macia. Cambaleante, foi recobrando o equilíbrio e ficando em pé aos poucos, com a respiração ofegante por alguns segundos.
Após se acalmar, ela foi se aproximando do objeto que caíra ao chão e lá viu o espelho que pegara em seus sonhos, recuando, assustada.
- Então foi tudo real? – pensou, em voz alta.
- Tudo o que? – ouviu atrás de si, o que a espantou.
Amy se virou e viu que era seu colega quem estava lá. Respirou fundo, aliviada.
- Nada – mentiu.
A garota andou até o espelho e abaixou-se para pega-lo antes de ir junto com o amigo para a biblioteca.
- Edgard... Depois de acharmos o livro para o trabalho, eu vou ficar na biblioteca mais um tempinho, caso você precise ir embora – Emily avisou.
- O que você vai fazer lá?
- Vou procurar um outro livro. Acho que na biblioteca vai dar menos trabalho do que ir procurar no meio das minhas coisas – contou.
Edgard sorriu, mas mudou de expressão ao olhar para o espelho, fazendo uma careta de dúvida.
- O que é isso? – o garoto não se segurou a perguntar, aproximando sua mão do objeto, curioso.
- Não toque! – Emily exaltou-se. – É um espelho que achei bonito... E comprei em uma lojinha á caminho da praça...
- Tudo bem – ele riu. – Relaxa.
- Porque a curiosidade? – ela questionou.
- Porque minha irmã, Jeanine, apareceu com um igualzinho em casa ontem pela manhã.



..::Continua::..

0 comentários: