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segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Capítulo II ..::O país corrompido::..



As folhas não ajudaram muito. Emily estava toda dolorida, mas não largara a lanterna.
Tentou ver onde estava, observou as paredes cavernosas e ásperas e á sua frente viu um longo corredor de pisos e lajes frias intercaladas de preto e branco.
O corredor estava repleto de portas, todas feitas de madeira e entalhadas com detalhes em relevo. Algumas possuíam maçaneta dourada e em outras eram prateadas.
A garota somente conseguiu ver isso, pois estava com a lanterna ligada á mão, porque se dependesse da iluminação local, nada veria tamanha a escuridão do ambiente. De repente ela se lembrou que os armários provavelmente logo cairiam também, portanto tratou de levantar-se e sair do caminho, olhando para as folhas, esperando que os pesados objetos desabassem.
Com um enorme estrondo, seguido pelo grito de Emily, as folhas espalharam-se por toda parte, jogadas pelos armários. O conteúdo deles também se espalhou por toda parte. Havia diversos cacos de vidro sujos de geléia pelo chão, e alguns estavam sobre a roupa da jovem.
Após limpar-se levemente com as mãos, apenas varrendo poucos cacos de sua jaqueta vermelha e seu jeans, ela voltou sua lanterna ao corredor e começou a andar pelo mesmo em passos lentos, ainda assustada com tudo que lhe estava acontecendo.
- Olá? Tem alguém aí? – sua fina e trêmula voz ecoou por todo o local.
Ela continuou caminhando na quietude do ambiente. Até que chegasse á uma salinha redonda. Iluminando seu centro, Emily viu uma mesa de vidro, onde nela, havia um pequeno frasco com um líquido avermelhado e ao lado do mesmo, uma chavezinha enferrujada.
- Sabe, faz muito tempo que ninguém entrava no País das Maravilhas – a garota ouviu, assustando-se.
- Quem? Quem está aí? – gritou, procurando o dono da voz com a lanterna.
Ela iluminou frente á parede, um estranho sorriso que flutuava junto á uma cortina rubra. Logo, ao redor do sorriso, começou a surgir a silhueta de um gato. Lembrando-se das histórias que lia quando criança, Emily logo reconheceu com quem estava conversando.
- Eu sei quem você é... E sei que lugar é esse. O que estou fazendo aqui?
- Pelo visto estou lidando com uma garota espertinha... Seria estranho se você não soubesse onde está, pois a maioria conhece – o gato do sorriso falou.
A garota não se conteve a aproximou da criatura, que estava com suas garras de fora, pendurado na cortina. Ela estendeu o braço e começou a acariciar seus pêlos, que logo começaram a mudar de cor, passando de seu tom acinzentado á um verde brilhante e logo se transformando em azul cor do céu.
Em meio ao ronronar, ele conseguiu dizer:
- Você está aqui por um motivo. Novamente Alice foi corrompida, assim como seu país, devo avisar algumas coisas antes de você se aventurar: nada é o mesmo. Algo aconteceu com ela, mas não sabemos o que.
- Mas então, porque estou no país dos sonhos de Alice e não no meu? – Emily não se conteve em perguntar.
O gato desceu da cortina num pulo e ficou ao chão, esfregando suas costas nas pernas da jovem.
- Ela aprendeu como trazer outras pessoas á seu mundo. Mesmo que inconscientemente, talvez.
A silhueta dele foi desaparecendo novamente restando apenas seu sorriso, que logo despencou ao chão com um estranho barulho.
- Use o espelho, para se mover entre seu mundo e nosso mundo... – a voz do felino soou, finalmente.
Amy ficou se perguntando qual era o espelho que o gato sorridente falava, mas ao iluminar o local onde ele havia desaparecido com aquele som desconhecido, a lanterna mostrou o objeto que a garota procurava.



..::Continua::..

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