THOUSANDS OF FREE BLOGGER TEMPLATES

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Capítulo XLI ♥ ♠ Noite em Claro ♦ ♣


Emily acordou de um sonho estranho, em que via a Rainha Branca correndo atrás de seu xale, como na história, em um campo todo feito de pedras que se intercalavam entre vermelho e branco. Estranhamente durante o sonho, o xale branco se tornava um grande pássaro pálido, que logo ganhava uma coloração rubra e dourada. Era como se Amy assistisse isso tudo de uma montanha, vendo o pássaro cruzar o céu negro e poluído, até chegar ao ombro da Rainha Vermelha.
Ela levantou-se da cama, e caminhou até a cozinha, onde tomou um copo de água e pegou outro para levar ao quarto, bebendo aos poucos, em goles rasos.
O relógio dizia que eram três horas da manhã, mas a adrenalina que corria pela garota era tanta que ela nem conseguiria dormir novamente. Sentou-se na cadeira do computador e lá ficou encarando o nada, com o copo em mãos.
O que poderia acontecer se um dos fragmentos morresse?
Depois de uma longa hora, Emily se deitou em sua cama, mas continuou olhando para o teto por mais um longo tempo.
Amanheceu o dia, e ela estava a ler de novo o conto de Lewis Carroll. Sua mãe apareceu na porta, bocejando de sono.
- O que você está fazendo? Caiu da cama? – perguntou, sonolenta.
- Não. Resolvi acordar cedo. Preciso só esperar dar às oito horas para poder ir a uma loja – explicou.
- O que você está aprontando? – a mãe indagou, sentando-se na cama ao lado da filha.
- O aniversário de uns amigos meus está chegando.
A mãe deu um beijo na testa da filha e depois saiu.
Emily pegou umas folhas que havia imprimido no dia anterior sobre psicopatia para estudar novamente. Seus olhos cansados corriam linha por linha.
Mais tempo e uma alegre música começa a soar do despertador. Oito horas. A garota levantou-se em um pulo e correu ao guarda-roupa. Trocou-se rapidamente, escovou os dentes e lavou o rosto com a água gélida.
Saiu andando apressadamente pelas ruas, quase correndo, enquanto via borrões de pessoas que passavam à medida de seus passos.
Na loja, seu coração batia tão fortemente que ela teve grandes problemas em conseguir comprar as lanternas para seus colegas. As palavras lhe fugiam enquanto o atendente confuso tentava decifrar o que a garota queria.
Comprada a iluminação ela partiu em direção à casa de Carol. Sua ansiedade estava tão alto que em certo trecho do caminho Amy apressou o passo a ponto de começar a correr.
Trombou com o portão e o ficou encarando por certo tempo enquanto tentava acalmar sua respiração ofegante.
- O que está acontecendo? – Natalie disse, assustando Emily, que arregalou os olhos, amedrontada.
- Não sei. Não estou me sentindo muito bem – contou.
- Fique fria. Ficar nervosa só vai piorar as coisas! – a outra jovem disse, tentando acalmá-la.
- Eu sei. Estou tentando! – Amy respondeu, grosseira.
- Ontem eu lembrei de você – Natalie contou, antes que Emily tocasse a campainha.
- Porque?
- Estava passando um jogo de críquete na televisão. Não sei porque, mas eu lembrei de você quando vi – disse.
- Deve ser por causa da Alice.Que engraçado – a garota falou amigavelmente enquanto tocava a campainha.
Caroline foi atender elas. A jovem parecia tão nervosa quando ambas, e foi logo dizendo enquanto ainda abria o cadeado.
- Já estão todos aqui. Tá todo mundo morrendo de medo. Faltavam só vocês duas. Trouxe as lanternas?
- Trouxe.
Estava todo mundo no quarto, que parecia muito diferente da ultima vez em que tinham estado lá.
- Nossa Carol, como seu quarto está diferente – Emily deixou-se exclamar diante do nervosismo.
- É. Eu pintei as paredes. Queria o quarto mais claro depois de tudo que a gente passou. Estou dormindo com a luz acesa ultimamente – admitiu.
- Prontos então – Edgard evocou.
- Não! Calma – Amy disse. – Preciso de uns minutinhos.
Ela fechou os olhos, e de olhos fechados entrou as lanternas e suas respectivas pilhas. Agarrou sua iluminação também e começou uma contagem regressiva a partir do cinqüenta. Sua mão tremia. Conforme os números chegavam ao fim, a velocidade da contagem ia diminuindo.
- Cinco... Quatro... Três... Dois... Um – e deu um forte suspiro. - Lembrou de trazer o charuto? – perguntou a David sem abrir os olhos ainda.
- Sim – o garoto respondeu.
Emily abriu os olhos. Todos a estavam encarando.
- Hora de entrar – ela finalmente falou.





♥ ♠ Continua... ♣ ♦

0 comentários: