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sábado, 30 de outubro de 2010

Capítulo XLV ♥ ♠ Fungus Mortis ♣ ♦


Todos encaravam os cogumelos brilhosos. Natalie se coçava toda, com o medo tomando todo seu corpo.
- É, está na hora – disse em um suspiro.
- Nos separamos, quem encontrar primeiro agita a lanterna para o alto. Estão vendo aquelas gramas gigantes que cobrem a vila dos cogumelos brilhosos? – Amy perguntou, apontando para o alto e recebendo balançadas positivas de cabeças. – Se lá houver alguma luz se mexendo, é possível ver apesar do brilho dos cogumelos, então prestem sempre atenção lá. O cogumelo tem brilho vermelho e manchas brancas. Alguma dúvida?
- Não – Jeanine confirmou.
- Tentem sempre manter alguém à vista e sejam rápidos – Emily disse. – Vamos!
Desceram um pequeno morro de pedras cobertas de musgos e adentraram o local iluminado. Todos percorriam rapidamente com os olhos, movendo-se com muito cuidado para não encostar em nenhum daqueles fungos.
Entre alguns cogumelos, surgiam gramas as quais cada unidade possuía o tamanho de dois ou três deles. Era como se estivessem caminhando por um mundo microscópico.
Estavam todos tremendo de medo enquanto andavam e a primeira emoção foi aflorada por Carol, que logo admitiu baixinho apenas para si:
- Estou com medo. Por favor, encontrem logo esse tal remédio.
Amy avistou um brilho vermelho, que surgia próximo a uns cogumelos cujo corpo gelatinoso emanava uma luminosidade esverdeada. Ela começou a se aproximar, enquanto foi logo chamando por Jeanine, que estava mais próxima dela.
- Jeanine! Acho que encontrei! – gritou, tossindo devido ao forte cheiro.
A outra garota foi ao encontro da amiga, que parou, com uma expressão de espanto.
- O que foi? – perguntou.
- Olhe – Amy respondeu apontando para sua frente.
Quando Jeanine olhou, também se espantara. Era uma trilha com diversos cogumelos de brilho avermelhado.
- Vamos. Tem que ter manchas brancas – Emily afirmou novamente.
Assim, as duas adentraram o ambiente, até ouvirem um grito muito alto.
- O que será? – Jeanine questionou, olhando assustada para a jovem.
Novamente o silencio tomara conta do ambiente.
- Procura, rápido! – Amy apressou.
Ambas passaram rapidamente verificando os fungos até que terminaram a trilha, onde os mesmos voltavam ao seu brilho comum, ou amarelado, ou esverdeado ou azulado.
- Tem que estar aqui! – Emily afirmou novamente, mais para si que para sua amiga. – Vamos voltar procurando!
Assim as garotas começaram a passar mais uma vez pela trilha.
Edgard, por sua vez, estava procurando próximo à Carol e acompanhava a sua lanterna, pois assim, para ele, ele estava oficializando a visagem, para ter certeza que tinha olhado por tudo.
Seu nervosismo era tanto que suas pernas mal o conseguiam sustentar. O garoto adentrou um punhado grande de cogumelos, era um clarão em meio aquela floresta fungífera, onde, em seu centro, havia apenas um único tortulho, de brilho avermelhado e com manchas brancas por toda sua extensão.
- Encontrei! – o rapaz bradou alegremente.
Nesse mesmo momento Carol surgiu, observando-o no clarão por entre os fungos. Ela sorriu. Edgard retirou o estilete de seu casaco e retirou o cogumelo por sua base. Estava já andando na direção da amiga quando os tortulhos à sua volta começaram a inchar.
- Carol... O que está havendo?
- Eles estão... Crescendo? – ela disse, com a respiração ofegante e com uma face de espanto.
Os fungos pareciam um bolo no forno, porém com um efeito muito mais rápido. Seu cheiro se tornou mais e mais forte. Caroline soltou um grito enquanto seu braço tentou se adentrar nas frestas que os cogumelos deixavam, mas logo o retirou, com medo que o mesmo fosse esmagado pelos vegetais crescentes.
- Edgard! Edgard!
O garoto estava preso em seu centro, onde o perigoso cheiro estava muito forte, ele começou a se sentir atordoado.
- Eu... fui molestado por um amigo de um tio meu... quando eu era criança – deixou-se dizer.
Carol ficou impressionada com a confissão do jovem. Seu coração disparou.
- Toque o espelho, vou fazer sinal com a lanterna!
Ao ouvir isso, o garoto retirou o objeto de sua jaqueta e imediatamente colocou sua mão sobre seu reflexo.
Caroline estava ligando sua lanterna quando sentiu uma enorme dor em sua mão, deixando cair o objeto. Uma outra pedra ergueu-se no ar, acertando-a no ombro e depois na bochecha.
Ela caiu no chão. Seu braço esticou-se ao máximo para pegar a lanterna, mas algo a puxou pela perna e ela começou a ser arrastada.
David e Natalie estavam olhando por uma trilha de fungos quando ouviram os gritos da colega e logo correram em sua direção, vendo-a ser arrastada por ninguém.
Carol também avistou-os.
- Edgard encontrou, façam o sinal e toquem o espelho! – gritou.
Rapidamente as duas lanternas foram ligadas e começaram a balançar de um lado para outro. Emily e Jeanine viram a luz movimentando-se sobre a alta grama que estava sobre eles.
- Encontraram.
- Eu podia jurar que estivesse aqui! – Amy exclamou, já com seu espelho em mãos.
Enquanto isso, Carol chutava ninguém, tentando se soltar, enquanto debatia-se no chão. Ela retirou o espelho de seu bolso e ainda sendo arrastada fechou os olhos e tocou seu reflexo.
David e Natalie fizeram o mesmo.




♥♠♣♦

Continua...

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quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Capítulo XLIV ♥ ♠ A luta com Ninguém ♣ ♦

Enquanto caminhava, a cabeça de Amy estava a mil. E não só a dela, os outros jovens também pareciam caminhar pensativos.
- Não acredito. Ela é um psicopata! – Natalie disse.
- Mas como você lembrou esse termo? – David indagou.
- Meu pai é psicólogo – ela contou. – E ele me disse que, um psicopata, ou sociopata, não tem uma noção muito grande de certo e errado, ele simplesmente vai lá e faz, são inconseqüentes por causa do ego grande, independente do que vai acontecer sabe. E eles são super inteligentes, por isso menosprezam os outros e se isolam.
- Tem certeza disso? – o garoto tornou a questionar.
- Não. Não me lembro bem o que meu pai me disse, mas foi algo mais ou menos assim. Acho que, como ela nasceu com toda essa maldade, ela deve ser uma espécie de psicopata. E ás vezes, independente do meio em que ela viveu, ela pode ter um senso afetado de bom e mau, por ter nascido da maldade de Alice – começou. – Muitos psicopatas se tornam o que são pro causa do meio em que vivem.
- Mas realmente esse pode não ter sido o caso dela – Emily concordou. – Eu dei uma estudada sobre isso.
- Como você pode estudar de tudo, mano? Que nerd! – Natalie exclamou, um tanto quanto brava.
- Se você não procura se informar o problema é seu – ela devolveu.
- Gente, será que a rainha banca é do bem? Ela parecia ser legal lá. Não, não é bem legal a palavra, sabe. Ela parecia... Estar fazendo a coisa certa – Jeanine perguntou aos demais.
- Para mim ela estava de aparências. Só para que a lagarta falasse o que ela queria sabe? – Emily observou.
- Ei, vocês escutaram isso? – Carol chamou.
Todos olharam para ela, que fez um sinal de silêncio com a o dedo indicador sob seus lábios.
Era um estranho som de passos. De repente Caroline foi ao chão.
- Ei, alguém me bateu! AI! – fora acertada novamente.
Edgard pôs-se à sua frente imediatamente, também sendo acertado na barriga, o que lhe causou uma grande dor, fazendo-o abaixar.
- Quem está aí? – ele gritou, enquanto era acertado no rosto.
Amy começou a pensar, repassou os dois livros até que encontrou quem os estava acertando.
- É o ninguém! Corre! – bradou.
Todos correram na direção em que estavam andando. Emily voltou, ajudando o casal a se levantar enquanto corriam, mancando. Uma pedra ergueu-se no ar e foi arremessada, acertando Edgard nas costas.
- Vamos! – a garota apressou. – ele não vai ser idiota de entrar no corredor dos fungos brilhantes, temos que ir, rápido.
Amy sentiu uma pancada em suas costas. Era mais uma pedra que fora arremessada.
- Vamos! Corre! Ele só vai parar quando... – começou.
- Eu posso enfrentar ele! – Edgard falou.
- Como que você vai lutar com ninguém? – Carol indagou, com a respiração ofegante.
David surgiu correndo na direção dos jovens.
- Vocês estão bem? – perguntou.
- Estamos sendo atacados! – Carol contou. – Continua correndo!
- Eu sei como podemos ver ele! – David disse, voltando a correr.
A velocidade do garoto foi aumentando, ele colocou seu ombro em frente ao seu corpo e deu de encontro com um grande cogumelo do tamanho de uma árvore que lá havia. A estrutura orgânica do fungo estremeceu, fazendo-o chacoalhar. Uma grande quantia de um estranho pólen saiu de seu topo, espalhando-se por todo o local, o que fez Emily e Edgard espirrarem quase que simultaneamente.
Entre o pólen, surgiu uma figura deforme, que afastava as partículas da poeira fungífera enquanto se movia.
David agarrou uma enorme pedra, que levantou com esforço. Ele retesou o pesado objeto e mirou.
A figura vinha em sua direção, fazendo o pólen se afastar. Ele arremessou a pedra, que acertou ninguém, fazendo com que a neblina que saíra do cogumelo ficasse estável.
Uma tossida em seco anunciou a presença de Jeanine.
- O que aconteceu aqui? – ela perguntou.
- David conseguiu... Ah, não tem nem como falar, mas ele provavelmente desmaiou a coisa invisível que estava perseguindo a gente – Edgard contou.
- É, é melhor irmos! Antes que a coisa acorde – Emily sugeriu pouco antes de espirrar novamente. – Onde está a Natalie? Todo esse pólen...
- Ela ficou esperando na trilha, melhor irmos, até minha garganta secou aqui – Jeanine falou. – Esse cheiro é enjoativo!
Eles tornaram a andar, um pouco mais depressa. Logo estavam longe da poeira, mas seu cheiro ainda podia ser sentido por causa dos outros cogumelos que os rodeava.


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Continua...
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segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Capítulo XLIII ♥ ♠ Respostas e fumaça ♣ ♦

Emily se aproximou da borda do gigante cogumelo em que se encontrava.
- Nós temos um presente, mas não sei quantas perguntas ele vai valer – disse. – Analise esse charuto e diga quantas perguntas podemos fazer.
A garota fez um sinal à David, que se aproximou também, retirando o charuto de seu bolso. Ele retesou o braço e arremessou o pequeno objeto o mais longe que pôde. Uma gigantesca e esquelética mão ergueu-se e agarrou o fumo, logo em seguida o crânio surgiu novamente entre a fumaça. A mão se aproximou do mesmo, como se a lagarta o estivesse analisando.
- Sim, é isso. Acho que, por esta raridade, duas perguntas. Seriam quatro, se ele já não tivesse sido usado – a criatura falou calmamente.
- O que acontece quando um fragmento da Alice morre? – Amy indagou com a voz alta e trêmula, temendo a resposta.
A lagarta suspirou. A fumaça começou a se afastar, conforme um corpo rastejante ergueu o crânio. As mãos da criatura pousaram sobre o cogumelo, o que fez com que Emily se afastasse, desviando dos dedos, que aparentavam ter em torno de dois metros.
A caveira foi deixada sob o centro do cogumelo, e todo o resto foi se transformando, como se estivesse sendo absorvido pelo chão, primeiro pegando a cor da superfície em que tocava até desaparecer, como mágica.
Os jovens trocaram olhares assustados. Aquele pesadelo parecia nunca acabar.
O pedaço de esqueleto era maior que três deles juntos, como se os garotos tivessem o tamanho de meros insetos. Do orifício esquerdo em que se encontra o olho, surgiu uma lagarta, que arrastava consigo um narguilé azul. Vagarosamente seu corpo se locomovia sob a superfície do crânio até alcançar seu topo, onde ela se alojou e passou a tragar do objeto que carregava, liberando a fumaça um bom tempo depois.
- Quais serão suas perguntas, então? – a criatura disse, baforando fumaça nos jovens.
- Eu já disse! – Emily retrucou entre tossidas. – O que acontece quando um fragmento da Alice morre?
- Isso depende – respondeu, tragando novamente.
Ficaram encarando a lagarta em silencio.
- De que? – Natalie questionou.
- Se houver um fragmento receptor, todos os outros vão até ele, e uma vez completo... – tragou. – Bem, vocês podem imaginar.
- Mas o que acontece? – Carol indagou irritadiça com a fumaça.
- Não posso dizer – a criatura respondeu calmamente. – Vocês já fizeram suas duas perguntas.
- Não! Fizemos apenas uma! – Edgard protestou.
- Não, vocês fizeram duas. O que acontece com os fragmentos, e do que isso dependia. – o estranho inseto falante explicou.
Amy encarou o ser com pesar. Seu olhar voltou-se para os outros garotos, que deram de ombros.
- Ótimo! – ela começou, voltando a visualizar a lagarta em cima do crânio. – Se você quer trapacear, por mim tudo bem! Trapaceando até mesmo eu conseguiria charutos!
- Então trapaceie! – o inseto riu.
- Me desculpa, estou em outro nível – ela devolveu.
Emily virou-se, com os dedos cruzados para que sua idéia funcionasse, deu passos lentos e firmes até seus amigos até que a criatura a interrompeu com um grito:
- Tudo bem, tudo bem! Eu respondo outra! – a lagarta baforou.
Amy sorriu por um segundo, depois ficou séria para que a criatura não percebesse e voltou para próxima ao crânio.
- Quem é aquela menina que parece a Alice? – disse de uma vez, quase que atropelando as palavras com o nervosismo.
- Ela é outro fragmento da Alice, porém ela é um fragmento diferente – começou. – Enquanto cada um de vocês ficou com uma das características da personagem, como por exemplo, a curiosidade, a sinceridade, a esperteza, a teimosia, entre diversas outras, ela é o fragmento que ficou com todas as coisas ruins. Toda a perversão do conto, todo o horror envolvido, a confusão, a tristeza, ficaram nela, portanto ela seria, no mundo de vocês, como eles dizem mesmo?
- Psicopata? – Natalie disse em tom de pergunta.
- Mais nenhuma pergunta para vocês – a lagarta encerrou, dando uma ultima tragada e depois entrando no crânio através do orifício do olho, de onde saiu fumaça após alguns segundos.
- Melhor irmos, temos um cogumelo para encontrar! – David chamou, enquanto Emily se afastava.
Os jovens começaram a andar, rumando a um estranho brilho ao longe.

♥♠♣♦

Continua