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segunda-feira, 1 de março de 2010

Capítulo XXXIII ♥ ♠ A Carta às Lágrimas ♣ ♦


Os outros dois garotos chocaram-se pela afirmação de Amy. O rosto de Jeanine logo estava corado e seus olhos começavam a ficar cheios de lágrimas.
- Ele deixou uma carta perto de um tipo de ninho que tinha três ovos dentro – ela explicou, entre soluços.
- Você só pode estar brincando! – a outra jovem disse, já caindo no choro. – Porque isso tudo está acontecendo com a gente? – desabafou.
- E onde está a carta? – Edgard conseguiu indagar assim que o nó choroso de sua garganta se desmanchou.
- Sim – Emily afirmou tristemente entregando o papel amassado para os irmãos.

Queridos amigos estrangeiros.

A rainha descobriu que despistamos o exército dela para salvar vocês, portanto fico triste em dizer que estão vindo me buscar com o auxílio do Jabberwock, então não há como escapar. Não tem como relutar, portanto deixarei essa carta para vocês explicando algumas poucas coisas que o curto tempo que tenho me permite explicar.

Um grifo não precisa de uma fêmea, porém, ele só consegue gerar ovos uma única vez na vida, e deve fazer isso quando sente a morte se aproximando, seus filhos não podem ser criados, portanto eles possuem memória genética, ou seja, com o tempo podem se lembrar de algumas coisas que vivi (as mais fortes). Tenho memória de diversos dos meus antepassados, inclusive de meu tataravô que, aliás, conheceu a meiga Alice, e morreu defendendo-a em um terrível episódio de sua vida.

A Rainha nunca conseguirá pegar o gato, por causa de suas exímias habilidades de locomoção, então creio que nem vai tentar, enquanto ao meu destino, ele já está tristemente selado.

É com muito pesar que me despeço de vocês. Tentei focar vocês em meus pensamentos o tempo todo durante meus últimos momentos de vida, assim, meus grifos com certeza já sentirão simpatia por vocês e assim que nascerem, daqui a uns dois ou três meses, podem ajudar os lendários fragmentos de Alice, caso tudo isso ainda não tenha acabado.

Vou morrer, mas morrerei com honra, pois posso dizer de cabeça erguida que não sucumbi á escuridão do País das Maravilhas, e vocês me trouxeram orgulho de ter existido, pois através de vocês pude fazer alguma diferença em minha existência.

Antes que parta, quero que entendam que a rainha pode não ser a culpada por toda essa maldade, e acredito que ela esteja apenas defendendo seu ponto de vista... Mesmo que da maneira errada, com certeza. A Rainha Branca é tão perigosa quanto sua irmã, porém é mais fraca, já que, apesar de ter feito o primeiro movimento durante a guerra em que tudo foi mudado, ela perdeu a coroa.

Estou explicando isso para dizer a vocês que não há quem governe corretamente o País das Maravilhas, e logo vou dizer para que tomem cuidado, pois caso uma nova guerra comece, um peão que chegue ao outro lado do tabuleiro se tornará uma rainha, portanto vocês ainda tem uma chance de limpar toda a sujeira que foi feita, assim como podem impedir que tudo piore, uma vez que, caso essa coroa caia em mãos erradas, tudo pode desmoronar.

Espero que, pela ultima vez, tenha conseguido ajudar vocês nessa batalha, e lamento não poder acompanhar os acontecimentos que se sucederão. É com lágrimas nos olhos, e com dor no coração que me despeço desses bravos jovens que mergulharam de cabeça em uma batalha, que a maioria das pessoas normais sequer se importaria. Porém vocês são especiais, e sei que minha morte não será em vão.

Com amor,
Grifo

Após lerem à carta, os três garotos permaneceram em silêncio por longos minutos, tristes e chorosos, abraçados. Jeanine soluçava e as lágrimas escorriam em larga escala por seu rosto. Emily já estava mais calma, mas acompanhou a reação dos dois, voltando ao estado em que se encontrava quando acabou de ler o que o grifo escrevera quando estava próxima ao ninho.
- O que podemos fazer agora? – Edgard enfim conseguiu dizer entre choro.
- Vamos fazer o que for preciso para vingar nosso amigo. E mais que isso, eu vou fazer tudo o que sentir vontade para respeitar sua morte. Usarei preto para luto, faremos uma oração o tudo mais o que vier pela minha cabeça, não porque seja certo, mas porque eu sinto que assim estarei respeitando a partida dele desse modo, e me sinto bem assim – Emily chorou.
- Estamos com você – Ed. falou, uma vez que Jeanine nada fazia além de balançar a cabeça positivamente enquanto passava a palma da mão pelo rosto.

♥ ♠ Continua ♣ ♦
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Nota do autor:
Aviso: Contém spoilers de American McGee's Alice, caso não tenha jogado, não prossiga.
(...)Tenho memória de diversos dos meus antepassados, inclusive de meu tataravô que, aliás, conheceu a meiga Alice, e morreu defendendo-a em um terrível episódio de sua vida. (...)
O grifo está se referindo primeiro a "Alice no País das Maravilhas", e depois cita a morte do grifo em "American McGee's Alice", que apesar de aparecer novamente durante a ultima animação, pode ser considerado uma cria do anterior, levando em consideração essa modificação que fiz.

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