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quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Capítulo XVI ..::A Lagarta::..


Estavam todos assustados. Logo o grande corpo rastejante começou a se aproximar, e dois dos cogumelos paralelos ao que se encontravam, se moveram.
- O que desejam? – uma forte voz rouca questionou, em meio a tossidas.
- Você é a lagarta? – Emily perguntou.
- Sim. O que deseja de mim, senhorita?
- Quero uma troca. Eu quero informações e pago-as com este charuto! – gritou na direção dos cogumelos.
- Interessante... Jogue o charuto o mais alto e o mais longe que puder – a lagarta disse, ainda escondida entre os fungos e a fumaça.
Emily virou-se para Jeanine com a mão aberta e estendida. A outra garota retirou o presente de seu bolso e o entregou. Após receber o objeto, Amy jogou o braço para trás e depois arremessou o charuto com toda força que possuía.
Uma semi-esquelética mão gigante levantou-se em meio á fumaça e agarrou o projétil.
- Um presente delicioso, sim, sim. Responderei o que querem! Este charuto vale quatro perguntas...
Emily retirou de seu bolso um papel de caderno amassado e o abriu com cuidado. Lá estava a lista de perguntas que fizera.
- Primeiro – leu. – O que corrompeu o País das Maravilhas?
A lagarta riu secamente, levantando mais fumaça.
- Mas que tipo de pergunta é essa? Parece que fazem perder meu tempo! Ora, a resposta é simples, apenas aquele que criou algo, ou que conhece esse algo bem demais o pode destruir! O leigo não foi, pode ter certeza, pois não conhece as bases que pode chutar para derrubar a pirâmide!
Todos se entreolharam, indagando uns aos outros em silêncio, enquanto Amy prosseguia com o interrogatório:
- Como podemos concertar o País das Maravilhas?
A lagarta riu novamente.
- Você não está levando á sério, não é? Eu moro aqui, se soubesse essa resposta, não deixaria minha casa a bagunça que está! Mais uma pergunta idiota como essa, e não lhe respondo mais alguma!
Emily estava com medo. Suas mãos tremiam e suas pernas estavam fraquejando. Os outros também estavam na expectativa.
- Alice é real? – balbuciou, aos gaguejos.
- Enfim uma questão inteligente! Sim, todos vocês são Alice – os jovens entraram em espanto com a afirmação. – Como já devem saber a Alice, do livro, foi baseada em uma garota real, Liddell. Como a história foi registrada e muitos passaram a amar Alice e a adorar suas aventuras, ela criou um espírito, e Liddell fazia parte desse espírito, afinal a personagem foi baseada nela. Quando Liddell morreu, o espírito de Alice fraquejou, e se fragmentou em diversas partes. De alguma forma, essas partes se tornaram matéria e agora, cada um de vocês possui um fragmento do que foi Alice.
Estavam todos boquiabertos com a revelação.
- O país das maravilhas não é mais um simples sonho, de algum jeito ele está se materializando, por isso vocês estão aqui. E como o meu presente foi muito bom – a lagarta continuou – e a pergunta foi muito divertida de ser respondida, devo avisar uma coisa a vocês: A rainha de copas não gosta de intrusos em seu mundo, tampouco sua irmã, a rainha branca, portanto, a presença de vocês não as agrada, muito menos a presença dos que não são um dos fragmentos de Alice, os que não tem a marca.
- Mas, todos nós temos os olhos vermelhos. Existe mais alguém que está entrando aqui? – Emily questionou, em impulso.
- Sim existe. E intrusos sem a marca estão entrando.
Emily pensou imediatamente em Edgard, porém percebeu que a lagarta não poderia estar falando dele, pois mesmo quando ele entrou de intruso, já carregava um dos fragmentos de Alice dentro de si.
Os fungos voltaram a se mexer. Duas mãos gigantes, de longos dedos finos se levantaram entre a fumaça e apoiaram-se no cogumelo em que os jovens estavam. Um estranho corpo de lagarta ergueu-se, mas sua cabeça estava protegida por um osso de crânio humano, onde faltavam alguns dentes e os escuros olhos do inseto vazavam pelos dois buracos dos olhos e do nariz. Conforme a criatura falava, fumaça saia do crânio que a revestia.
- Eu dou a vocês o direito de apenas mais uma pergunta – disse.
- Quantos fragmentos existem?
- Oito.


..::Continua::..

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