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domingo, 6 de setembro de 2009

Capítulo VII ..::O que Edgard viu lá::..


Ao tocar o espelho das garotas, Edgard sentiu uma enorme ventania em seu rosto, o que o fez fechar os olhos até que aquilo passasse. Quando os abriu novamente, estava dentro de um salão todo feito de mármore branco com entalhes em prata nas colunas e nas paredes. Era todo decorado com belíssimos tecidos vermelhos.
Os pisos no chão intercalavam-se entre vermelho e branco, e cada piso de cor rubra continha um desenho em preto dos naipes escuros do baralho, enquanto cada piso claro continha desenhos dos naipes vermelhos.
Ele escutou um barulho, e quase que automaticamente, escondeu-se atrás de uma das colunas.
Um coelho branco, de jaqueta e luvas rubras entrou por uma enorme porta de madeira, sendo seguido por duas fileiras de cartas de baralhos. Ele parou de andar, colocando-se ao lado de um trono e retirando da jaqueta uma espécie de corneta.
Quando todas as cartas pararam de andar, formando um corredor em volta de um tapete vermelho que se estendia até o trono, o coelho soprou o instrumento três vezes e depois gritou:
- Sua majestade... A rainha de Copas!
Assim, uma mulher de vestes vermelhas cheias de detalhes em preto e branco, entrou na sala, cortando o corredor de baralhos. Pelo que Edgard pôde medir á olho, ela devia ter mais ou menos uns dois metros de altura, e seu vestido arrastava-se pelo chão, assim como seu véu rubro. Em uma das mãos ela carregava um cetro com uma flor feita de diamantes, enquanto a outra a ajudava a caminhar, segurando o pesado tecido de seu vestido.
Ao sentar-se no trono, todas as cartas saíram, e o rei entrou. Ele continha roupas também pesadas e com as mesmas decorações que as da rainha, e ainda possuía uma enorme coroa em sua cabeça.
Edgard estava com medo de sair detrás da coluna. Suas pernas estavam bambas e ele não sabia o que estava acontecendo ou como fora parar naquele lugar estranho.
- O chá já está pronto? – a rainha perguntou secamente ao coelho.
- Ainda não. Estou recolhendo os convidados – o coelho gaguejou.
- Então o que ainda está fazendo aqui? Quer perder sua cabeça por algum acaso?
- Não! Não senhora! – o coelho disse, já correndo para a porta.
A sós com o rei, a rainha disse:
- Eu sei que o gato está ajudando eles! Talvez tenhamos que fazer uma caça ao gato.
- Tudo que quiser, minha rainha – o rei disse, serenamente.
Após algum tempo de silêncio, a rainha começou a fungar algo, levantando seu nariz e puxando o ar com mais força.
- Você está sentido algum cheiro estranho nesta sala?
Nesse momento, o coração de Edgard, que já estava acelerado, acelerou mais, e sua barriga ficou fria. Ele voltou a se esconder sem se importar mais em espiar.
A rainha levantou-se e o garoto ouviu seus pesados passos e suas fungadas vindo em sua direção.
Edgard sentia o suor escorrer por sua face, o medo o tomara por completo, pois aquela rainha não parecia estar para brincadeiras.
De repente a porta se abriu, e ele escutou um farfalhar de asas e ela parou de andar, dizendo:
- Grifo? O que você faz aqui?
- Estou aqui para lhe avisar que um intruso entrou no país das maravilhas.
Os olhos de Edgard se arregalaram e ele ouviu os passos da rainha de volta ao trono.
- O que você viu, grifo? – ela questionou.
O “grifo” começou a se aproximar.
- O vi das montanhas. Ele não estava marcado, como o resto.
- Sua visão é tão boa assim que de cima das montanhas conseguiu ver se ele tinha ou não a marca? – a rainha estranhou.
- Como vossa majestade sabe, sou exímio caçador.
- Sim – ela concordou.
O garoto cerrou os olhos pra enxergar melhor. Edgard estava com tanto medo que não sabia se o sorriso que via flutuando era real ou era apenas resultado de seu pavor, até que o mesmo transformou-se em um gato de pêlos coloridos.
- O que? – o garoto cochichou a si.
A rainha estava distraída conversando com o grifo, então ela provavelmente não escutava o que o gato e Edgard conversavam entre si.
- Parece que você não sabe quem sou – o gato sorridente disse, o que fez o garoto pular de susto. – Para de se tremer e me escute: Você está em grande perigo! Sua irmã lhe mandou algo. É melhor que o use logo para sair daqui, senão você poderá perder a sua cabeça!
Dizendo isso, a pelugem do gato começou a desaparecer e seu sorriso flutuante se transformou em um espelho igual ao que Jeanine e Emily carregavam.




..::Continua::..

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